terça-feira, 25 de outubro de 2011

VIAGEM NO TEMPO: VOLTANDO 24 ANOS

Por Artur

Nos anos 80 as revistas especializadas mostravam viagens de motocicleta como verdadeiras aventuras. Mais comuns nos estados do Sul do país, por aqui eram raras. O número de motocicletas circulantes era proporcionalmente muito, muito, menor do que hoje e quase não se falava em associações de motociclistas. 

Prevalecia a imagem dos “arruaceiros” Hells Angels mostrada nos filmes. Motociclistas em grupo eram do tipo gang, a imagem era negativa.

Em Itabira (MG), nossos colegas de trabalho e vizinhos não levaram a sério quando Marcelo, Marcos Paulo e eu começamos a planejar uma viagem de motocicleta para Porto Seguro. Só acreditaram mesmo quando nos viram preparando as coisas para a saída.

Era outubro de 1987, há exatamente 24 anos.

Achei que seria interessante compartilhar aquela “aventura”.




Eu e o Marcelo estávamos em nossas CB400 e o Marcos numa XL250. 

No Espírito Santo ficamos três dias em Praia Grande (os mineiros até hoje a chamam de Nova Almeida) antes de seguirmos pela BR 101 rumo à Bahia.

 Os trechos realçados foram o nosso trajeto, ida em azul e retorno em vermelho.



 A saída de Praia Grande. 
 
Saímos quase ao meio dia. Pegamos a BR 101 em Aracruz. Ainda não existia a ponte em Santa Cruz, a travessia era por balsa.
Eu e Marcos Paulo na divisa dos estados Bahia e Espírito Santo. Ainda com cabelos escuros! O prefixo das placas de Itabira era FP. Sem comentários.

Eu e Marcelo estávamos usando cintas de coluna, prevenção contra dor nas costas. Mas a dor mesmo foi na bunda, por causa da dureza da suspensão das CBs 400. O Marcos não teve problemas com a maciez da XL. Pernoitamos num hotel logo depois da divisa.
Impossível esquecer a temperatura quente da água daquela piscina naquele fim de tarde.


Eu e Marcelo com o Monte Pascoal ao fundo. O alforje que eu tinha (CB vermelha) era de cavalo.

No último trecho, depois do pernoite, o calor era tanto que tiramos as jaquetas de couro. Sem protetor solar, chegamos a Porto Seguro com os braços totalmente queimados e ardendo.


Lambada na praia de Taperapuâ, na área onde existe hoje o famoso Axê Moi.

Era o auge da lambada em Porto Seguro. Algum tempo depois é que se espalhou pelo Sudeste, Sul e outras regiões. Lembro-me que só alguns meses depois ouvi o ritmo em Belo Horizonte, e foi uma surpresa, pois lá, como em Itabira, o pessoal sequer sabia o que era.

Comemoramos lá (dia 24 de outubro) o aniversário de 42 anos do Marcelo. Ele faleceu em 1999, já aposentado.

Tivemos de cancelar a ida até Trancoso, pois a estrada era tão ruim que só a XL do Marcos Paulo passaria. Hoje é tudo asfalto. A curiosidade pelo nudismo ficou no sonho.

Não temos fotos do retorno. Dormimos em Governador Valadares e depois seguimos direto para casa.

Rodamos no total quase 3.000 quilômetros. Mesmo em outubro, não pegamos uma gota de chuva. Nas paradas (a cada hora ou a cada 100 km, em média) sempre ouvíamos comentários dos caminhoneiros, admirados com a distância que estávamos de casa, e DE MOTOCICLETA!
Como disse, viagem como a nossa era rara, realmente uma aventura. Tanto que ainda me lembro de cada detalhe...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

EVITE VIRAR À ESQUERDA CRUZANDO A PISTA

"A roleta paulista, diferentemente da russa, não era praticada com balas, mas com carros sem placas, de preferência antigos e envenenados. Foi inventada nos anos 50 por jovens da classe média paulista e consistia em acelerar os veículos como bólidos de fórmula 1, para atravessar o próximo cruzamento com qualquer farol do semáforo aceso, inclusive o vermelho. Se batessem em alguém, azar o dele."

Vela como é uma Roleta Paulista no endereço abaixo


Em nossas estradas, pontos de parada como postos de gasolina, lanchonetes, restaurantes, motéis e outros são muitas vezes construídos em locais inadequados e proibidos pelas normas de acesso às margens de rodovias. Muitos não atendem as exigências, principalmente as referentes à visibilidade.

 Mas autorizações para as aberturas de acessos frequentemente são obtidas “por baixo do pano” como bem sabemos. E depois de construídos ninguém os tira mais de lá.

É muito importante observar que vários estabelecimentos cumprem as normas de visibilidade, mas considerando somente o alcance visual do lado da mão de direção, ou seja, a visibilidade é segura para a entrada e saída somente pelo lado direito, quando não há a travessia da pista.
Sem uma visibilidade segura, qualquer entrada ou saída da pista de uma estrada é um ato perigoso, uma Roleta Paulista em pequena escala.

Muita gente se julga “o bom”, o “foda” na direção de um veículo. Muitos alegam e acreditam que sua vasta experiência e grande habilidade fazem deles perfeitamente capazes de SAIR de uma situação de perigo. 
Mas a pessoa inteligente sabe que a melhor atitude é simplesmente não ENTRAR em tais situações.

Uma das maneiras de evitar “apertos” numa estrada é bem simples: basta procurar parar apenas em estabelecimentos localizados na sua mão de direção. Assim não terá de cruzar a pista, nem na entrada, nem na saída.
 Mesmo que ainda assim existam locais de pouca visibilidade, agindo desta forma o risco é muito menor.

Não havendo outra maneira, se tiver mesmo de atravessar a pista, procure sempre que puder um trecho de boa visibilidade, SINALIZE E PARE NO ACOSTAMENTO À DIREITA ANTES DE FAZER A MANOBRA.

QUALQUER TRAVESSIA É ARRISCADA

EVITE VIRAR À ESQUERDA ATRAVESSANDO A PISTA DO SENTIDO OPOSTO

Veja um exemplo infeliz de entrada à direita no endereço abaixo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CURIOSIDADES E ESTATÍSTICAS SOBRE ACIDENTES DE TRÂNSITO

Um dos fatos mais curiosos sobre acidentes de trânsito é que a maioria das colisões ocorre em velocidade entre 40 e 50 km/h. Portanto, apenas manter-se em velocidade baixa não descarta a possibilidade de que aconteça qualquer acidente.


Os acidentes acontecem com maior intensidade nos dias úteis da semana, observando-se uma pequena concentração na sexta-feira. De modo geral, o domingo apresenta a menor frequência de acidentes e o sábado situa-se numa posição intermediária.

 

 
 Pesquisas mostram claramente a predominância de acidentes das 12 horas às 18 horas, com maior incidência no intervalo entre 16 horas e 18 horas.


Constatou-se também que os acidentes nesse período são mais graves. Testes mostraram que o lusco-fusco provoca um certo "desequilíbrio" na visão de todo ser humano, o que explica a dificuldade em enxergar com nitidez. 



O ofuscamento - que ocorre quando o olho recebe um estímulo forte de luz - também piora no horário do lusco-fusco. O nome do fenômeno, aliás, traduz o que ocorre nesse momento do dia. "Lusco-fusco: ofuscamento pela luz".


Médicos alertam, ainda, para um "ponto crítico", que é a sonolência e a vista cansada que acomete os motoristas ao final do dia, além do estresse. "É uma hora em que a pessoa vai precisar muito da visão e não vai ter tanto", afirmam.

A fadiga é um estado que se caracteriza por uma diminuição das capacidades perceptivas, cognitivas e motoras. Prejudica a vigilância, a atenção, a capacidade perceptiva, a resposta reflexa, o tempo de reação e todo o processo de decisão e por isso é perigoso conduzir sob o efeito da fadiga.


50% dos acidentes de trânsito nas rodovias federais envolvem um só veículo. Boa parte deles é devido ao adormecimento momentâneo do condutor ao volante. Isto pode acontecer tanto de dia como à noite. De fato, condutores cansados não resistem à monotonia do trajeto.
O estudo "Morte no Trânsito - Tragédia Rodoviária" - realizado recentemente pelo SOS Estradas detectou que o cansaço é inimigo invisível dos condutores, causando provavelmente 20% dos acidentes e mais de 30% das mortes que ocorrem todos os anos nas rodovias brasileiras.

O condutor cansado demora mais a identificar uma situação de risco e reagir (queda do reflexo). São comuns os acidentes sem marca de frenagem. As consequências são dramáticas, pois quanto maior a velocidade maior o risco de vítimas fatais.



Outro fato interessante é a comprovada incidência de acidentes no período inicial e no trecho final das viagens, independentemente da sua duração.

As ocorrências de acidentes no início dos trajetos acontecem principalmente porque, mesmo estando o motorista fisicamente descansado, ainda se encontra num estado de relaxamento mental, com a mente ainda em fase de "aquecimento" nos quesitos atenção e concentração.


Já a ocorrência no período final do trajeto acontece não só pela fadiga natural resultante do cansaço físico e de um considerável período de atenção concentrada, mas também pela sensação de alívio pela expectativa da chegada, que pode diminuir o nível de atenção e concentração.

Alguns sinais de cansaço
Bocejos frequentes.
Dificuldade em manter os olhos abertos e o foco da visão.
Dificuldade em lembrar o que fez ou viu nos últimos quilômetros rodados.
Dificuldade em manter o veículo na faixa de circulação.
Dificuldade de visualização da sinalização da pista.
Invadir involuntariamente a pista contrária e o acostamento.
Aproximação involuntária no veículo da frente.
Cabeça pesada e dificuldade em mantê-la na posição adequada.


O que deve ser feito para evitar o cansaço e viajar com segurança

 Descansar bastante antes da viagem. Nunca viajar cansado.
 Parar sempre que identificar um dos sinais de cansaço.
 Evitar dirigir mais de 8 horas por dia.
 Descansar pelo menos 15 minutos a cada 2 horas de direção (1hora e meia se for de motocicleta).
 Evitar viajar sozinho.
 Comer alimentos leves.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

NOTA DE FALECIMENTO


É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do amigo e colega motociclista Germano, ocorrido na tarde de hoje, 03/10/2011. Acidentou-se com sua motocicleta na ES010, bem na saída de Nova Almeida, e não resistiu aos ferimentos.
Ex militar da Aeronáutica, era um entusiasta do remo (sempre visto com o seu caiaque nas águas de Praia Grande). Era também admirador e  colecionador de orquídeas.
No último 28 de Agosto ele organizou um passeio com um grupo de motociclistas a numa exposição de orquídeas realizada na cidade de Aracruz, onde foi tirada a foto abaixo.