terça-feira, 16 de agosto de 2011

EM DEFESA DO MOTOCICLISTA

 Por: Artur de Araújo Pereira

Hoje em dia está havendo uma enorme valorização de minorias (gays, afros, cotas, passeatas, paradas, kits, etc.). Ao mesmo tempo, outra minoria está sendo vítima de uma espécie de ”bullying” generalizado. uma “perseguição” gratuita.
 Percebo que alguns jornais parecem estar empenhados numa campanha depreciativa contra quem anda de motocicleta. Todo tipo de notícia prioriza o aspecto negativo, a ênfase total é nas matérias que marginalizam a imagem do condutor de motocicleta.
O jornal mais lido no estado vem desde o início do ano publicando uma dramática contagem numérica dos acidentes fatais com motos. E o espalhafatoso destaque para os assaltos cometidos por criminosos em duas rodas? Por que não fazem a mesma coisa com os acidentes e crimes  que envolvem veículos de quatro rodas?
 A mídia está deteriorando a imagem do motociclista, aquele que utiliza o veículo como meio de locomoção de lazer ou hobby. O verdadeiro motociclista tem certa maturidade, cuida com paixão da sua máquina, pois custou caro.  É estradeiro, respeita as regras do trânsito, placas e limites. Não anda em corredores, não “fecha” carros (porque também é motorista). As roupas extravagantes, os coletes com brasões e penduricalhos escondem um cidadão maduro, pai de família e respeitador das leis. Estou generalizando, mas sempre há aquelas indesejadas exceções.
O motoqueiro profissional urbano provocador de acidentes está mesmo nas ruas, pilotando o seu veículo de trabalho, muitos ainda pagando as prestações. Muitos deles são pessoas despreparadas que vivem correndo – ao pé da letra – atrás de metas para ganhar mais um dinheirinho. Muitos sequer legalmente habilitados.
 Maus motoqueiros e maus tocadores de carros são o que a gente mais vê por aí. A falta de preparo e de educação no trânsito não é diferente entre eles. Só que o da moto é mais exposto, morre mais, “enfeia” mais as estatísticas e são produtores de notícias que vendem jornais.
O “lado bom” do motociclismo saudável está sendo sumariamente escondido. A população normalmente desconhece o clima em que ocorrem os encontros de motociclistas promovidos pelos inúmeros motoclubes. Deve existir de não sei onde alguma orientação contra a divulgação, já que tais eventos não têm a menor cobertura pelos meios de comunicação. Parece que o bom comportamento dos frequentadores e a falta de ocorrências policiais não produzem notícias que vendam.
Sou motociclista e gostaria de ser mais respeitado, de ter um tratamento diferenciado, pois pertenço a uma minoria que não tem defensores! Cadê alguma ONG que nos defenda?



Um comentário:

  1. Não sei porque, mas já imaginei uma ONG daqui a uns anos: Sun Over Beach. Em prol dos verdadeiros duasrodistas (acho que isso é um neologismo).
    Concordo que a imagem de todo mundo que anda de moto fica muito prejudicada pelos malditos-sem educação-loucos MOTOBOYS. (Caso tenha algum lendo isso e sentir-se difamado, você pode ser uma exceção à regra... Ou não). A maioria deles não respeita pedestres nem motoristas, nem outras motos, nem as leis (tanto as de trânsito quanto as da física). O problema é exatamente que apenas eles aparecem nas mídias. Aí cria-se um estereótipo.
    Talvez falte mesmo uma divulgação melhor dos eventos de motociclistas... Encontros, feiras e etc. Uma cobertura BOA da imprensa, com o intuito de esclarecer que nem todo motociclista é motoboy (sem ofença às exceções).
    Podia existir um Motoclube recém formado para correr atrás dessa divulgação...

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